
É impressionante tudo que está acontecendo e tudo que aconteceu nesta última semana.
Estive cercada de pessoas especialíssimas que me trataram com muito carinho, que me fizeram feliz em diversos momentos. Nomes e companhias importantes como Chavela Vargas, Maria Cortína, Patsy, La Negra Chagra, Mario Ávila, Carol Petersen e tantas outra almas iluminadas que cruzaram meu caminho pelo México.
A companhia de meu queridíssimo amigo César, que tanto me ajudou (e que me assegurou que eu não morreria se comesse os tais esquites com limão), foi de vital importância para que tudo corresse perfeitamente bem durante essa estadia (decidida um dia antes do lançamento oficial do cd Por mi culpa! de Chavela Vargas)repentina no México.
Pode parecer à primeira vista a declaração de uma fã apenas, mas Chavela não é apenas a cantora que admiro. Ontem, refletindo muito depois de uma conversa esclarecedora com meu padrasto, quando me questionou sobre a mudança que ocorreu em minha vida assim que Chavela "saltou" aos meus olhos, descobri que ela trouxe vida, paz e arte à minha vida. Era isso que faltava. Vida.
E o grande estalo veio no momento em que ouvi sua voz pela primeira vez.
A arte a trouxe até mim e fui obrigada a buscá-la no México, para que ela soubesse que havia me transformado através de seu dom.
Arte. O que eu sempre soube.
Paz. O que eu mais sonhava e pedia.
Vida. O que eu precisava.
Encontrei tudo isso no México, através desse louco amor por essa sensacional mulher chamada Chavela Vargas.
Hoje e durante todos os dias de minha vida, tenho que agradecê-la por isso.
Descobri a magia de estar viva na voz dessa mulher.
Cheguei do México sexta feira, e na mala de mão eu trazia o jornal com as fotos do lançamento do cd, os cds, o livro e tudo que eu havia comprado durante a viagem. Não era muita coisa, mas eram as coisas mais importantes que eu trazia. Essa mala foi esquecida no táxi que me trouxe para casa. Eu perdi tudo que trazia de lembrança.
Foi quando eu comecei a pensar desesperadamente naquele taxista, comecei a chamá-lo mentalmente, para que voltasse e trouxesse meu tesouro. Chorei, não comi e só pensava nele.
No sábado, 22 horas depois de ter perdido a mala, o taxista bate a minha porta. Vamos até o carro e abro a mala. Tiro o jornal e lhe digo:
- A coisa mais importante desta mala é esse jornal. Eu fui atrás desta mulher no México, e aqui está minha foto com ela.
O que este senhor fez não tem preço, e sei que conheci outra pessoas muito especial por intermédio da mesma pessoa que alegra tanto minha vida com suas canções.
Linda Chavela, saiba que Deus te colocou na minha vida para que eu compreendesse muitas coisas. E não poderia ser um anjo loiro de olhos azuis que me faria entender. Tinha que ser algo muito forte, muito intenso e quase trágico.
Tinha que ser você.