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Outro dia li um livro que falava sobre dons. Sempre escuto as pessoas dizerem:- Não sei qual o meu dom! - ou então: - Não nasci com dom algum!
Esse mesmo livro dizia que geralmente as pessoas param de perceber seu dom quando se tornam adultos. E seguem a vida anulando algo que acham que não deve ser levado à sério, ou que é um sonho apenas.
A autora complementava dizendo que o dom se expressa claramente quando somos crianças, ou seja, aquela profissão que aspirávamos quando muito pequenos, ou então as brincadeiras que mais gostávamos de brincar. Crianças sabem sim o que querem, e estão bem mais próximas desse talento nato que todas as pessoas têm.
- Thais, o que você quer ser quando crescer?
- Desenhista!
Eu jamais titubeava ao responder essa pergunta. Isso aos 5, 6 anos.
Acho que eu comecei a desenhar antes mesmo de começar a falar. Ganhei alguns concursos desenhando tiras da turma da Mônica, e Maurício de Sousa foi sempre meu grande inspirador.
Os anos passaram, eu acreditei que deveria adaptar os traços "infantis" que eu realmente gostava de desenhar à minha idade adulta. Me cobrava por gostar de quadrinhos e não de natureza morta.
Também acreditava que as cores estragavam os desenhos feitos.
Desisti do desenhar. Por muitos anos.
Substituí a necessidade de arte por trabalhos em biscuit. Minhas peças favoritas: miniaturas de animais, com cara de personagem de história em quadrinho!
Depois foram as pinturas. Alguns quadros, e roupas.
Depois a imensa admiração por Charles Schulz, que desenhou por 50 anos as tiras de Snoopy e Charlie Brown. A descoberta de um cancêr o obrigou a parar de desenhar, e sua última tira foi publicada em 13/02/2000. Ele morreu um dia antes e acredito que quando deixamos de fazer o que mais amamos na vida, é isso que acontece.
Busquei Charles Schulz em cada Snoopy que comprei, na esperança de manter viva a chama da inspiração.
Mais um período sufocando meu dom e um chamado me despertou há cerca de 1 mês.
Para realizar um sonho eu precisaria criar algo totalmente novo, original e personalisado.
Eu amo escrever. Mas faltava algo para dar vida ao que eu queria contar.
Faltavam desenhos.
Com um sonho na mente, um desejo no coração e um projeto a realizar, tive que abandonar o meu preconceito em relação às minhas criações.
Procurei aprender técnica em aulas aos 30 anos e encontrei o Toninho, meu primeiro professor de desenho na vida. Ele me fez ver coisas que eu nunca havia percebido em mim mesma. E descobri que se eu tenho uma característica tão peculiar nos desenhos, ela não deve ser sufocada.
Toda forma de arte é valida.
Eu nasci sabendo desenhar, mas quis fazer outra coisa que me mantivesse financeiramente bem.
Tudo em vão.
Realmente, nada acontece por acaso.
Eu sei o que devo fazer. E farei.
Agora só preciso me concentrar nas palavras e na linda história que vou contar.
Nunca é tarde para (re) começar! Porque de uma maneira ou de outra, sempre voltamos a fazer o que o universo espera de nós.
Q lindo...!
ResponderExcluirestava com saudades!
a mais ou menos duas semana recorri ao seu blog como consolo para um pico de desespero..
e agora, dpois de umtempo, vc escreve um texto tão legal!
beijosss!!
que legal... bjs para minha otima amiga... :)
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