A águia foi impedida de voar mais alto por acreditar nas palavras confusas do deserto:
-Venha para cá! Aqui você poderá caçar a qualquer hora do dia e da noite, se assim preferir. Pode ser a dona de todas as regras que criar. Pode mandar, desmandar, mudar tudo de lugar. Só não poderá ser estampada em minha bandeira.
- Morar no deserto? Sua beleza me atrai, e muito. Suas formas, até mesmo sua criatividade, mas você não se move, nem mesmo o vento é capaz de alterar aos poucos seus contornos bem delineados. Preciso de uma companhia que voe comigo, não uma que só me veja voar.
- Aqui é seu lugar, você só precisa vir e tudo se resolverá. Mas não venha agora, porque estou me arrumando para te receber. Isso leva tempo, mas a decisão é sua.
A águia aprendeu com o deserto que ele gostaria de fugir de sua solidão, mas estava tão agarrado à ela, que não sabia mais agir. Ele não queria nem tentar.
Ela decidiu voar para longe daquela mesmice e pousou na árvore da alegria do seu coração.
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