Pablo Neruda

"Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe. A minha alma não se contenta com havê-la perdido. Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a. O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores. Nós dois, os de então, já não somos os mesmos. Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei. Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido. De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos. A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos. Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda. É tão curto o amor, tão longo o esquecimento. Porque em noites como esta tive-a em meus braços,a minha alma não se contenta por havê-la perdido. Embora seja a última dor que ela me causa,e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo." - Pablo Neruda

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Por quando tempo uma roseira fica sã sem rosas?


No centro do quadrado vermelho há um jardim repleto de hortelã, alecrim, manjericão e rosas. Perfumam o ar e enchem os olhos. Todo esse verde, branco e rosa.
A roseira central é muito antiga, foi plantada por meu avô, acredito que era a preferida dele. Justamente ela, a única sobrevivente: a roseira lilás.
Difícil definir o nome exato desse colorido com suas inúmeras nuances de rosa-branco-lilás. Se chamaria “cinza de rosas” como o vestido de Meghan? Talvez.
Não sei precisar o tempo exato que uma roseira se mantém sã, só sei que sem a dedicação dele, há quase uma década, ela nunca voltou a ter as rosas de antes. Está fininha, com um pequeno broto, bem diferente de quando a conheci.
Sabe, decididamente, não é o tempo que define a vida, é a dedicação e o amor.

(ao meu avô, Manoel Pereira de Castro 21/03/1914 - 09/01/2002)

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