Pablo Neruda

"Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe. A minha alma não se contenta com havê-la perdido. Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a. O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores. Nós dois, os de então, já não somos os mesmos. Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei. Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido. De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos. A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos. Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda. É tão curto o amor, tão longo o esquecimento. Porque em noites como esta tive-a em meus braços,a minha alma não se contenta por havê-la perdido. Embora seja a última dor que ela me causa,e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo." - Pablo Neruda

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Lucidez silenciosa


O silêncio "auditivo" me encanta porque preciso de alguma maneira conseguir ouvir meus pensamentos. Mas, existe um tipo de silêncio que é enlouquecedor. O silêncio da falta de tempo, que faz com que uma caixa de entrada esteja vazia. Ou o silêncio do telefone sombrio, que é capaz de enganar a mente.
Silêncio é como o tempo. É uma questão de preferência.
Prefere-se fazer qualquer outra coisa a falar. A mudez tecnológica parece mais martirizante, neste mundo onde 140 caracteres podem virar notícia, esperar horas por uma resposta parece o esquecimento absoluto.
Quando as palavras já não têm voz, é indiferente. Não há o que ouvir porque não faz diferença.
Ás vezes, uma voz pode se tornar uma orquestra inteira aos ouvidos de quem precisa ouví-la.

Acabo de lembrar de uma canção chamada Silent Lucidity (Queenryche)e ela diz algo que vem de encontro ao que estou dizendo.

"Estou sorrindo próximo a você, numa lucidez silenciosa.
Visualize seu sonho;
Grave-o no tempo presente;
Coloque-o dentro de uma forma permanente;
Se você persistir em seus esforços;
Você pode conseguir o controle do sonho;
Controle do sonho;
Como ficou então, melhorou? Me abraçe."

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