Pablo Neruda

"Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe. A minha alma não se contenta com havê-la perdido. Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a. O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores. Nós dois, os de então, já não somos os mesmos. Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei. Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido. De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos. A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos. Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda. É tão curto o amor, tão longo o esquecimento. Porque em noites como esta tive-a em meus braços,a minha alma não se contenta por havê-la perdido. Embora seja a última dor que ela me causa,e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo." - Pablo Neruda

sábado, 19 de março de 2011

Brincadeira de criança?


Estes dias, vendo as notícias notei como tudo o que acontece no mundo, é uma evolução das brincadeiras infantis.

Vamos analisar:

-Toda a revolta do povo egípcio contra as brincadeiras de poder de Mubbarak, que, quando menino, deveria brincar de ganhar dinheiro às custas dos amiguinhos, para mim faz sentido. Enquanto a maioria brinca na rua, os que se acham superiores brincam do que?
-Toda essa loucura na Líbia, de um homem que está há tanto tempo no poder, me mostrou uma brincadeira muito comum. Enquanto o "herói" mata os "vilões" (que para Kadaff é o povo) o resto do mundo espera feliz a oportunidade de brincar de guerra, com seus aviõezinho e mísseis, para bombardear o "inimigo".

Enquanto ELES brincam de guerrinha, ELAS brincam de mamãe, engravidando de quem pode oferecer algum benefício. Não porque amam crianças, não porque querem cuidar de um ser humano. ELAS querem vivem bem e usam a maternidade para conseguir. Não todas, é claro, mas uma boa parte pensa assim ou acaba se inspirando nessa "filosofia".

Cada país tem sua brincadeira de criança favorita, cada região forma um tipo de adulto.

Se alguém, nesta merda de lugar à beira do fim, quiser viver em um mundo melhor, deveria ensinar brincadeiras sadias às crianças. Só guerra, mamãe e filhinha (reparem que nunca há o papai, policia e ladrão, não está formando bons adultos.

Resumindo em uma palavra: EDUCAÇÃO!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Ode ao cagado trabalhador paulistano


Sexta feira chuvosa, trânsito, uma multidão nas ruas.
Trabalho pra fazer em casa, termina tudo bravamente, volta pra entregar e decide resolver as pendências burocráticas da recisão, não sem antes caminhar pelo tenebroso bairro da Santa Cecilia, coberto de nóias. Andar apressado para não ser assaltado, tampouco atropelado. Varrido pela loucura coletiva, o trabalhador registra seus livros, orgulho de sua vida esse dom!
Corre desembestado e chega a cinco minutos do fim do expediente: 15h55!!!
Preenche formulário, rubrica páginas e mais páginas.
- Trouxe a copia dos documentos?
- Sim, mas precisam de duas? Onde posso tirar cópia por aqui?
E a pressa responde:
- Faltam 3 minutos!!!
(ótima resposta...)

Nos três minutos finais, dois livros são registrados. Uma coisa a menos para resolver!
Ufa! Sobrou tempo! Atravessa o viaduto e pega o metrozão, rumo à Sé. Passeia relaxado pela estação, tenta se descontrair olhando uma exposição de aquarelas. Ao lado, a grande escultura de bronze é cercada por uma faixa branca com uma grande inscrição: "Não ultrapasse a faixa branca, ajude a preservar a obra". E qual não foi sua surpresa ao ver um camarada sentadão na arte de bronze...tem gente que não sabe ler, conclui. Mas, acho que tem gente que gosta mesmo é de "burlar" esse tipo de aviso.
Respeito que nada, esse é o povão.
Ao passar pela catraca o odor fecal invade o ambiente, sendo amenizado apenas pelo cheiro do chafariz de urina, respingando dentro da estação. Talvez alguns banheiros públicos resolvam essa situação...

Vida de trabalhador honesto, não é fácil não.
O cidadão corre pro Poupatempo solicitar o seguro-"desespero". Fila e minutos de espera, para ser avisado que a papelada não vale nada devidos aos erros de cadastro.

Cadastro e sistema, os culpados por tudo nesse mundão globalizado que insiste em não assumir a responsabilidade. A vida não pode seguir assim não!
Nada resolvido, mas alguns dias perdidos, sem dinheiro no bolso, a espera do trabalho alheio.
Como se não bastasse, a chuva aumenta, enquanto o guarda chuva descansa no armário. Espera de ônibus, sobe, desce, sobe em outro. As janelas fechadas concentram a catarrada da galera que tem medo de água. Tossida no cangote na sanfona do busão. Pobre cidadão vai pro fundão, pular feito cabrito, distante dos enfermos.
A visão privilegiada identifica uma cena um tanto comum: pessoas doidonas de tanto cheirar pó de unha de alguma mocinha vaidosa que não pôde esperar a hora da manicure.
Desce, e a caminho de casa encontra uma grande poça d´agua. Será que aquilo é uma ilhota? E o pézão afunda na água da construção. -Que nojo!!! Exclama inconformado, para seguir tendo uma crise de riso, lembrando do seu dia agitado.
Sum Paulu é assim mesmo, fede, irrita, sufoca, mas de tão trágica, chega a ser cômica.

domingo, 13 de março de 2011

Razão, emoção e um sonho de toda uma vida.


Quando finalmente a certeza de uma carreira aparece (emoção/sonho) o dinheiro não é suficiente para investir (razão).
A relação entre razão e emoção é curiosa. Uma não depende da outra para existir, mas para que algo se realize, as duas devem estar juntas e no mesmo nível de intensidade.
Querer é poder desde que haja um empurrãozinho para acontecer (no meu caso o empurrãozinho é financeiro).

Finalmente, decidi fazer um curso de Artes Plásticas. O que sempre quis fazer. O que eu sempre soube que é o que mais se parece comigo, e justamente agora que emoção veio à tona novamente e assumi esse meu lado artista, que não posso mais esconder, tenho que colocar a razão na frente de tudo isso, porque neste exato momento, não posso investir um dinheiro que ainda não existe.

Vai existir, com certeza, mas não o tenho agora, e é só isso que me impede de realizar um grande sonho da minha vida, o sonho que me acompanha desde a infância: ser artista formada.

Agora, a única coisa que posso fazer é obter meios para realizar esse grande desejo, porque meu dia de brilhar chegará, tenho certeza.
:)

terça-feira, 8 de março de 2011

Zabé da Loca, a rainha do pífano.

Ontem, vendo esta reportagem no Globo Rural, descobri a história de Zabé da Lóca, a rainha do pífano.
Izabel Marques da Silva, nasceu em Pernambuco, foi para a Paraíba, ainda adolescente e morou em uma gruta por 25 anos. A senhora de 86 anos, foi descoberta aos 79 na região do cariri paraibano, onde seu talento a consagrou como revelação da música popular brasileira no ano de 2009.

Esta linda reportagem mostra que uma mulher pode inspirar outras com sua história de vida. Só lamento que histórias tão lindas como a da Dona Zabé da Loca, não sejam divulgadas, não virem best sellers nacionais e nem virem um filme amplamente divulgado na mídia. Esse é o meu Brasil...

segunda-feira, 7 de março de 2011

Milton e Hans na Avenida Paulista



Quem anda pelo final da Avenida Paulista já os viu. Talvez, nem todos tenham reparado em Milton, mas, os olhos azuis do grande cachorro sem raça definida, acredito que se lembrem.

Milton costuma parar sua carroça próximo da estação Consolação do metrô. Ele é o dono de Hans, o imenso cão amarelo que, geralmente, vimos dormindo entre os pertences de seu dono. Não é apenas mais um cachorro andarilho que segue seu dono. Hans surpreende a todos quando olha calmamente ao seu redor, com seus lindos olhos de um azul tão claro, que à primeira vista parecem brancos. Com eles, ilumina parte da calçada cinzenta da avenida mais famosa da capital paulista. Duas pequenas luzes azuis.

Por quê não temos coragem de assumir que a beleza é fundamental?
Alguém se lembraria de Milton, um homem que vive na rua, se não fosse dono de Hans?

Eu parei para conversar com ele porque me impressionei com a beleza de seu mascote amerelo com olhos azuis. E tirei algumas fotos justamente para ilustrar esse blog e perguntar:

Amamos mais os animais ou os seres humanos?

terça-feira, 1 de março de 2011

Ventanas


Uma porta se fechou pq um ciclo se completou. Agora, muitas janelas floridas estão se abrindo!
Posso olhar cada uma delas, posso fechá-las ou abrí-las totalmente. Posso dar a volta e apreciar a vista e até mesmo fazer parte da paisagem que se move cada vez mais clara.
Mudanças podem ser ótimas! É só saber aproveitá-las!

:)

Have a nice day!