Pablo Neruda

"Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe. A minha alma não se contenta com havê-la perdido. Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a. O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores. Nós dois, os de então, já não somos os mesmos. Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei. Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido. De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos. A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos. Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda. É tão curto o amor, tão longo o esquecimento. Porque em noites como esta tive-a em meus braços,a minha alma não se contenta por havê-la perdido. Embora seja a última dor que ela me causa,e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo." - Pablo Neruda

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Medos


Li algo sobre os 4 medos básicos do ser humano. São eles:
  • medo do abandono;
  • medo de perder;
  • medo de enfrentar;
  • medo da morte.

Nunca tive medo de morrer. Mas, refletindo sobre os outros três, o medo de enfrentar fazia um pouco de sentido, mesmo eu me achado corajosa demais, às vezes eu deixava de encarar a realidade de frente, muitas vezes me acomodando.

Abandono e perda são muito próximos, um diz respeito a se sentir mal pela ação de alguém, o outro a despertar esse sentimento através das próprias ações. Ambos estão relacionados à culpa.

Culpa por não amar, culpa por não ser amado.Tive essa visão por muitos anos da minha vida, mas tantas coisas temos e não deveríamos ter. E mesmo sabendo desta confusão do destino, insistimos em manter uma relação nociva (seja qual for) por mero orgulho ou carência.

Por sua vez, orgulho e carência são sentimentos típicos de uma pessoa que quer que a vida ceda à seus caprichos. Por que não deixamos as coisas acontecerem naturalmente? Se não saem como queríamos, por que sofremos tanto?

Porque nos apegamos! Nos acostumamos e temos medo de levar a "infeliz" vida anterior. A vidinha de sempre. Temos medo de sofrer por algo que não existe mais, e sofremos com a possibilidade de um futuro que não podemos controlar.

Um ciclo que nunca acaba.

A reforma interna que estou fazendo nesta mente que vos escreve está construindo toda essa visão que eu não tinha antes. Há um mês eu não enxergava isso.

Estou aplicando a teoria U no dia a dia. A teoria U é ampliar a visão para o todo que antes era somente focada no indivíduo. Ela se chama "U" porque as ações que dela provêm seguem do topo, descem, permanecem um determinado tempo e voltam a subir , desenhando a letra U. Ela é o elo entre o pensar e o agir.

Quando suspendemos todos os julgamentos, deixamos de ver como vemos e passamos a sentir a realidade à partir desse novo olhar. Mudamos a percepção e redirecionamos nosso olhar para começarmos a ver a partir do todo.

A base da teoria U está na curva. Deixar ir para deixar vir.Temos que nos desprender do "eu" e nos transformar. Recriando a visão no agora e focando no todo para podermos presenciar o que está por vir.

Uma vez cristalizada essa visão e recriada, já podemos visualizar o que está para emergir: a incorporação do novo.

Essa transformação é o novo olhar.

Olhar para dentro de mim para poder compreender você. É o que estou fazendo. Tento não julgar para poder ver a vida como se estivesse fora do meu corpo, assim posso entender suas ações sem julgá-lo pelas ações que eu teria se eu pudesse estar no seu corpo.

Um exercício diário, um longo trabalho de consciência, paciência e dedicação.

Infelizmente um erro que cometi foi o que desencadeou esse crescimento. Só assim pude juntar todas essas peças que estavam soltas pela minha mente. Talvez um acerto não me fizesse crescer tanto em tão pouco tempo. Prefiro deixar esse pensamento fluir.

Te deixei ir para me achar. Agora só tenho que me manter ao meu lado.

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