Pablo Neruda

"Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe. A minha alma não se contenta com havê-la perdido. Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a. O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores. Nós dois, os de então, já não somos os mesmos. Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei. Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido. De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos. A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos. Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda. É tão curto o amor, tão longo o esquecimento. Porque em noites como esta tive-a em meus braços,a minha alma não se contenta por havê-la perdido. Embora seja a última dor que ela me causa,e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo." - Pablo Neruda

terça-feira, 23 de março de 2010

Asas pra voar


Mente cansada, corpo pesado, muito sono.
O ar carregado entra com dificuldade em meus pulmões, me sufocando aos poucos.
As noites parecem curtas tamanho meu cansaço. O barulho durante o dia só é mais um agente enlouquecedor e bloqueador das minha idéias criativas.
Morta viva, é assim que estou.

Qualquer imbecil sabe que estes sintomas físicos são sinais de depressão. É isso o que acontece quando uma pessoa livre é aprisionada dentro de regras estúpidas e sem razão de ser, quando se cortam as asas gigantescas de um ser que só sabe voar.

Me prender numa sala que não é minha, me deixar sem função alguma durante o dia e esperar que um milagre ocorra na empresa.
Enquanto isso eu morro.
De tédio.
De raiva.
De tristeza.
De vontade.
De asfixia.

Preciso voar.

Um comentário:

  1. Como é triste se sentir assim, várias vezes me senti com as asas podadas, é angustiante, viver sem pode expressar seu próprio eu... Mas um dia as asas crescem novamente e a borboleta cria vôos tão altos que nem nós sabíamos que conseguiríamos alcançar...

    ResponderExcluir