Pablo Neruda

"Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe. A minha alma não se contenta com havê-la perdido. Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a. O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores. Nós dois, os de então, já não somos os mesmos. Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei. Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido. De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos. A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos. Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda. É tão curto o amor, tão longo o esquecimento. Porque em noites como esta tive-a em meus braços,a minha alma não se contenta por havê-la perdido. Embora seja a última dor que ela me causa,e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo." - Pablo Neruda

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Delícia do verão



Depois de um mês de chuva, garoa, céu nublado e afins, eis que surge o tempo do verdadeiro verão! Céu azulzinho, calor infernal, suor escorrendo o dia todo, uma nojeira, mas...é verão!

Dias escaldantes sem coragem de colocar o pé na rua. Roupa social? É uniforme de guerra, mas são só mais 2 meses desta linda estação. Aproveite as lindas noites sem vento para abrir bem as janelas em busca de uma mísera brisa que seja para sentir a alegria de respirar. Cheiro de dama da noite entorpecendo todos que cruzam o jardim, nutrindo a alma de vida perfumada.  Tome vários banhos ao dia e vá dormir pensando na praia do fim de semana, na piscina com a galera e quando estiver pegando no sono...zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzieeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeemmmmmmmmmmmmm.

A alegria vira fúria quando toda a delícia do calor nos presenteia com pernilongos. Ahhh, os pernilongos. Sempre fazendo barulho nos nossos ouvidos para que não fiquem sós numa noite tão agradável. É bobagem acender a luz, uma vez que são invisíveis. Ao contrário dos vaga-lumes que se fazem bem visíveis quando voam, os pernilongos têm o poder secreto da invisibilidade. Quando vamos em sua direção ele some misteriosamente, para aparecer somente quando nosso sono chegar. Adoro insetos, os bonitinhos como joaninhas, os feios como o bicho graveto e as mosquinhas de banheiro, mas não me venha com pernilongos! Eles são demais para mim! Vivem aos meus pés, deixando suas imensas picadas vermelhas tatuadas. Não picam braços, nem costas, nem nada além de meus pés. Ainda não entendi essa preferência, mas não faz diferença. Detesto pernilongos. Não sei que tanta fome têm esses mini vampiros que sempre querem mais sangue. O pior é que acabamos com um e aparece uns dez no lugar. Talvez seja a família inteira com sede de vingança, porque estes sim, picam com ódio, fazem mais barulho e mais estrago. Os sprays ajudam mas ficar 24 horas respirando SBP é inviável. Contra eles só mesmo um predador natural. Sapo gosta de mosca, será que come pernilongo também? Farei uma criação de sapinhos e se eles derem conta desses meus inimigos... eu disse criação de sapos? Aqueles bichinhos gosmentos que fazem barulho durante a noite??? Pensando bem, melhor fazer um estoque de repelente mesmo.

Texto de Thais Petranski e ilustração de Maurício Rett

Nenhum comentário:

Postar um comentário