Pablo Neruda

"Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe. A minha alma não se contenta com havê-la perdido. Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a. O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores. Nós dois, os de então, já não somos os mesmos. Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei. Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido. De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos. A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos. Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda. É tão curto o amor, tão longo o esquecimento. Porque em noites como esta tive-a em meus braços,a minha alma não se contenta por havê-la perdido. Embora seja a última dor que ela me causa,e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo." - Pablo Neruda

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Mim



Parti do Brasil, cria vazia com título de imperatriz
Escolhida no maldito potencial felino
Ora vadia atriz, ora negativa filha.

Poderia partir sorrindo, permitindo a vida sim
Vi na língua sentido e no ouvido equilíbrio redigido
Cretina lista discursiva da teoria perdida da brisa.

Poderia partir do Brasil feliz e gentil
Pra um país sem rinite ou gosto de anis
No íntimo de um primaveril domingo de Frida.

Poderia e parti do Brasil descobrindo a vida
Quis o sim à míngua na sílaba perdida
E vi o exercício festivo de Thais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário