Pablo Neruda

"Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe. A minha alma não se contenta com havê-la perdido. Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a. O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores. Nós dois, os de então, já não somos os mesmos. Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei. Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido. De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos. A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos. Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda. É tão curto o amor, tão longo o esquecimento. Porque em noites como esta tive-a em meus braços,a minha alma não se contenta por havê-la perdido. Embora seja a última dor que ela me causa,e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo." - Pablo Neruda

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Em nome de...



Todo dia uma surpresa atinge nossas cabeças (olhos e ouvidos também). Geralmente são notícias impensadas, inimagináveis, mas, uma vez aqui, deveríamos estar preparados para tudo. Deveríamos.
A surpresa dos últimos dias é sobre falar.
É curiosíssimo pessoas que falam em nome de alguém, sem que esse alguém saiba. Colocam palavras e exclamações em suas bocas. Fazem convites, respondem pelo outro e sustentam essas mentiras com o aval de outros comparsas. Sim, porque quem assina embaixo do que malandro fala é safado também. Lembra daquela frase que vovó já dizia: Diga-me com quem andas que te direi quem és? Pois então, nada mais verdadeiro. E não tem essa de julgar sem saber. Falar ao mundo em nome de outro e enganar pessoas não é um ato de amor. Um dos mais baixos níveis da estupidez humana.
Há pessoas que gostam de enganar, outras que querem ser enganadas. Há um pouco de tudo nesse mundo mesmo.
 Há também os que falam o que pensam e são quase linchados. Você já parou para pensar no fato de que simplesmente existem coisas a se dizer que não soam bem mesmo sendo ditas por uma princesa? Falar de maneira bonita algo que defina seu nojo não existe.  Como adoro exemplos, lá vai um:
“Aquele senhor cuspiu uma coisa verde” é o mesmo que “o cara escarrou o pulmão!”. É a mesma cena que virá na mente de quem ouve! Ou então: “aquele ser humano tirou a vida daquela pessoa e a desmembrou” é o mesmo que “o cara matou e estraçalhou a mulher”. O que vem à mente é o mesmo, independentemente de como se fale.
Claro, existem grosserias desnecessárias e gírias incompreensíveis. Mas todos têm seu dia de sinceridade à flor da pele.
Mais importante que falar é assumir o que se disse. E justamente nesse momento, surgem profissionais que são taxados de podridão pelos mais inescrupulosos: os advogados.
Diga o que disser, tenha sempre em mente que um advogado pode mostrar publicamente sua mentira tosca. Quer mentir? Ok! Você é livre para isso, mas não se esqueça de que toda causa tem seu efeito. Tão certo quanto dois e dois são quatro.

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