Pablo Neruda

"Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe. A minha alma não se contenta com havê-la perdido. Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a. O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores. Nós dois, os de então, já não somos os mesmos. Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei. Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido. De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos. A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos. Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda. É tão curto o amor, tão longo o esquecimento. Porque em noites como esta tive-a em meus braços,a minha alma não se contenta por havê-la perdido. Embora seja a última dor que ela me causa,e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo." - Pablo Neruda

sábado, 15 de dezembro de 2012

Indiferença crônica, uma doença degenerativa


O assunto de hoje, dentre os tantos que foram cogitados, não agradará a todos, isso é bem verdade, mas aqui estará. A palavra que se destaca hoje é “indiferença”.

indiferença
s. f.
1. Qualidade daquele ou daquilo que é indiferente.
2. Falta de cuidado, de zelo.
3. Apatia.
4. Desprezo.
5. Negligência.
6. Estado de uma pessoa a quem tão pouco importa uma coisa como o contrário dela.
7. Frieza; insensibilidade.

Uma palavrinha que sempre evitamos, mas que diariamente “praticamos”. Somos indiferentes com problema do outro, com mendigo na rua, com os vizinhos e até mesmo com as pessoas que vivem conosco. A indiferença não é mérito apenas dos afortunados pela vida, é uma realidade de todos os seres humanos.

Os motivos de sermos indiferentes são os mais variados, desde uma discussão, uma raiva passageira, até uma puxada de tapete (isso para não dizer traição, que pode parecer muito forte para os olhos que lerão estas linhas). Mas como evitar ser indiferente e como conviver com a indiferença? Eu não tenho a resposta, mas gostaria muito de saber. O pior é quando a indiferença surge de uma cegueira. A cegueira por opção, que já falei por aqui, que ocorre quando uma ou mais pessoas preferem negligenciar uma das partes de uma discussão, por exemplo, afirmando que o outro estava em seu direito mesmo cometendo uma injustiça. Semana passada, colocaram fogo em um carro alegórico porque uma torcida estava revoltada e agiu “sem pensar” (como se alguém que sai com um coquetel molotov estivesse cheio de boas intenções). Assim como esse caso citado, a indiferença atinge principalmente quem foi prejudicado. Alguém quer saber o que passará com quem teve o prejuízo e que acabou agredido? Poucos.

Indiferença é prima do preconceito, machuca da mesma maneira, só que é muda. Ao contrário dos que calam por sabedoria e que são chamados de covardes, os que falam e se defendem de calúnias e difamações também sofrem por sua agressividade ao se defenderem. Sós. Estão sempre sozinhos. A indiferença faz isso. Presenteia os “covardes” ou os que não toleram injustiça com apatia. E sozinhos, chegam a conclusão de que existem Judas em cada metro quadrado do mundo. A única coisa que pode fazer a diferença para quem sofreu com a indiferença, é ter a certeza de que seus valores, atos e palavras possam mostrar um objetivo maior, e que deixem claro toda ação errada gera uma reação errada. Mesmo que quase ninguém se importe que quem cometeu o erro mais grave tenha sido o beneficiado da história.



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